A Oração

A oração é o meio que o crente possui para expor a Deus as suas necessidades e os seus temores. Ela é a nossa fonte de vitória, pois quando nossas forças se acabam e começamos a clamar a Deus, então Deus vem em nosso socorro e nos dá a vitória.


O amado leitor já reparou neste homem solitário que ia, todas as madrugadas, muito antes do sol, para um lugar deserto para orar? Se já temos feito isto, quão grande não foi a nossa admiração ao vermos aquele que tudo possui, o Criador, o Senhor dos infinitos, prostrando-se ao amanhecer em oração ao Pai? Aquele que conhecia todas as coisas, tinha pois necessidade se escutar atento todas as manhãs como se fosse um simples aluno? Neste mundo Ele era o Homem dependente, o Homem humilhado, o Homem obediente, que deixou-nos um exemplo e pegadas a serem seguidas.


Se o próprio Senhor Jesus possuía necessidade de um tempo em comunhão íntima com o Pai, não deveríamos nós, ignorantes e fracos que somos, reconhecer o seu devido valor? Os Seus dias tão cheios que muitas vezes não Lhe permitia partir o pão com os Seus discípulos! Mas apesar de tudo, os primeiros momentos do dia eram consagrados a oração e a meditação solitárias, base de uma atividade que subia inteirinha até Deus como perfume suave.


O Amado leitor conhece a doçura destes momentos na solidão com Deus a Seus pés? Quando o mundo dorme a nossa volta teremos nós hábito de tirar água viva do poço que vive e se revela, de irmos saborear as suas misericórdias que são renovadas a cada manhã. É lá, a sós com Ele, que ouvimos a sua voz nas páginas do livro que Ele nos deu. Ali aprendemos a conhecê-lo, a considerá-lo para refletirmos, nas horas que se seguirão, algo das perfeições que o Espírito Santo nos fizer descobrir nessa Pessoa maravilhosa chamada Jesus. Após o ouvirmos falar, nos dizermos a Ele tudo aquilo que nos aflige, colocando os nossos problemas a seus pés.


O inimigo sabe como nos tirar este momento ou reduzí-lo até que este tenha perdido todo o sabor. É o trabalho que se aproxima, a fadiga da véspera, o serão prolongado e outros pormenores que tornam-se excelentes pretextos para abreviarmos esta meditação matinal.

Todas as manhãs o israelita ia apanhar o maná para aquele mesmo dia. Não adiantava fazer provisões. O pão do céu estava sempre a sua disposição, mas deveria ser recolhido antes do nascer do sol.


Assim sendo, gostaria de fazer com o amado irmão algumas considerações sobre a oração.


A oração é a principal arma do cristão. É através dela que nós comunicamos a Deus os nossos sentimentos, nossas aspirações e expressamos nossa felicidade e gratidão.


Antes da morte de Jesus a oração, ou o falar com Deus, era o privilégio de poucos pois o sangue de Cristo ainda não havia purificado o homem de seus pecados. Assim o acesso a Deus era permitido apenas ao sumo sacerdote que uma vês por ano após oferecer sacrifício por si e pelo povo, entrava no lugar santíssimo e ali intercedia pelo povo. Note que este sacrifício não tinha efeito permanente e a cada entrada neste lugar se fazia necessário um novo sacrifício. Mas o sacrifício oferecido pelo Sumo-Sacerdote teve efeito permanente pois ele ofereceu-se a si mesmo como altar, sacerdote e oferta, sendo o seu sacrifício único e suficiente para que o véu, que separava o lugar santíssimo do restante do templo fosse rasgado, e de uma vez por toda o homem tivesse livre acesso a Deus.


Hoje a oração não é um privilégio de poucos mas uma arma de todos pois não há mais separação entre Deus e o homem.


Muitas seitas e religiões enganam-se criando mediadores entre Deus e os homens, sendo que isto não é mais necessário. O próprio Jesus nos ensinou a irmos diretamente a Deus no nome dEle mesmo.


Apesar de tudo o que foi dito alguns novos crentes sentem dificuldades em ir a presença de Deus.